domingo, 13 de novembro de 2011

Poema do amor oculto

Se me amas, ama-me para si,
pelo menos por enquanto.
O amor é deste sentimentos
cuja razão jamais se conhece.
Por isso guarda teu amor por mim
no fundo de uma gaveta.
E assim quando eu insuspeito,
de repente adentrar teu quarto,
tu me revela-o entre teus seios.
E assim ele estará tão somente
entre mim e ti bem aquecido,
longe dos olhos de inveja,
dos outros.



Bruno Camargo

sábado, 10 de setembro de 2011

Soneto XLIV - de Pablo Neruda na voz de Amaia Montero

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo e por isso te amo quando te amo.
Tradução de Maria Teresa Almeida Pina